O valor nutricional dos grãos no alimento para cães e gatos

Quando discutimos ingredientes em alimentos para animais de estimação, é importante lembrar que seu papel principal é fornecer energia vital e nutrientes para sustentar a saúde de cães e gatos. Embora, como humanos, frequentemente nos concentremos em ingredientes específicos em nossas dietas, devemos usar uma abordagem baseada em nutrientes quanto aos alimentos para animais de estimação.

De acordo com o Pet Food Institute, cães e gatos requerem mais de 40 nutrientes essenciais em suas dietas.¹ Portanto, é recomendável que os tutores garantam que o gato ou cão receba uma combinação específica de nutrientes na dieta, que atenda às necessidades exclusivas de seus animais de estimação. Os ingredientes por si só não podem garantir que cada um desses nutrientes esteja presente, ou nas quantidades certas, no alimento de um animal de estimação.

Em vez disso, seguindo um método baseado em nutrientes, podemos colocar as necessidades dos gatos e cães como prioridade na produção de alimentos e investigar ingredientes pelos nutrientes de alta qualidade que podem fornecer. Com essa abordagem, também garantimos que fornecemos ingredientes altamente digeríveis para apoiar a absorção de nutrientes por um animal de estimação.

Com isso em mente, vamos explorar como os grãos podem ser usados para fornecer alguns dos principais nutrientes de que os cães e gatos precisam, e também como isso se compara a outros ingredientes.

O que são grãos?

Os grãos, comumente chamados de “cereais” ou “grãos de cereais”, são as sementes comestíveis de gramíneas específicas e incluem trigo, milho, arroz, cevada, aveia e centeio, para citar alguns.

Os grãos são nutritivos para gatos e cães?

Quando devidamente processados, os grãos e cereais fornecem muitos nutrientes nutritivos e digestíveis, além de energia para gatos e cães. Eles incluem:

Um dos principais benefícios nutricionais dos cereais são os carboidratos de alta qualidade que eles fornecem. Os carboidratos são uma das três categorias de macronutrientes, ao lado das gorduras e proteínas, incluídos nas dietas dos animais e atuam como a principal fonte de energia dos animais de estimação.² Grãos e cereais também são ricos em fibras, que são um nutriente benéfico no apoio às funções gastrointestinais saudáveis em gatos e cães.

Na verdade, alguns grãos, como arroz integral ou branco, podem ser recomendados para cães ou gatos com problemas gastrointestinais, como diarreia, pois são naturalmente fáceis de digerir para animais de estimação.

Cães e gatos podem digerir grãos e cereais?

Além dos nutrientes que os grãos e cereais oferecem, é importante levar em consideração a digestibilidade para animais de estimação. A digestibilidade se refere a quantos nutrientes um alimento é capaz de fornecer. Por exemplo, um ingrediente pode ser rico em nutrientes, mas difícil para um gato ou cão digerir. Isso significa que menos nutrientes são absorvidos pelo intestino do animal e, consequentemente, menos nutrientes vão para a corrente sanguínea.

Um ingrediente que é altamente digerível para animais de estimação pode fornecer uma proporção muito maior de nutrientes e, portanto, um gato ou cão pode receber o mesmo nível de nutrição concentrado em porções menores.

Cães e gatos são capazes de digerir grãos processados usando as enzimas que estão normalmente presentes no sistema digestivo deles: amilase para os amidos e proteases para as proteínas.

Para expor os elementos mais nutritivos e digeríveis dos grãos ou cereais, o ingrediente cru é moído e aquecido no processo de fabricação. Isso remove a casca externa menos digerível e deixa os nutrientes de que os gatos e cães precisam.

Após esse processo de moagem e cozimento, algumas proteínas vegetais podem realmente ser mais digeríveis do que as animais. Isso foi evidenciado na comparação da digestibilidade de fontes de proteína crua, com glúten de trigo (99%) e isolado de soja (95%) superando a carne de porco desidratada (92%), aves (88%) e a farinha de cordeiro (88%).³

As dietas sem grãos são seguras para gatos e cães?

Nos últimos anos, tem havido uma tendência de alimentos sem grãos para cães e gatos (dietas feitas com receitas que não contêm cereais), principalmente devido a preocupações com alergias alimentares ou ingestão de carboidratos.

Na realidade, a pesquisa mostrou que as alergias alimentares são responsáveis por apenas 1-2% das visitas ao centro veterinário para cães e gatos.⁴ Em vez disso, as alergias ambientais foram identificadas como muito mais comuns.

Os grãos podem fornecer ácidos graxos essenciais, fibras, vitaminas e minerais, fazendo deles uma parte importante de uma dieta completa e equilibrada. Mudar seu gato ou cão para uma dieta só com carne sem a suplementação adequada acarreta um risco considerável de excessos ou deficiências nutricionais. Em particular, dietas exclusivamente à base de carne podem não fornecer ao seu pet os carboidratos necessários em uma dieta completa e equilibrada.

Antes de fazer qualquer alteração na nutrição de seu pet, consulte seu médico-veterinário para garantir que a nova dieta é completa, equilibrada e totalmente segura para seu gato ou cão.

Como encontrar o equilíbrio nutricional certo

Na ROYAL CANIN, conduzimos pesquisas extensas por mais de 50 anos sobre esses ingredientes e descobrimos que, quando processados adequadamente, os grãos podem fornecer uma grande fonte de energia e nutrientes essenciais para seu gato ou cão.

Uma dieta saudável para gatos e cães fornece nutrientes de várias fontes – não apenas carnes, mas também carboidratos como grãos, trigo e milho. O ponto importante é garantir que seu pet receba uma combinação equilibrada e precisa de mais de 40 nutrientes essenciais para apoiar a saúde e o bem-estar contínuos dos animais.

¹ https://www.petfoodinstitute.org/pet-food-matters/ingredients/all-about- function/

² Federação Europeia da Indústria de Alimentos para Animais de Estimação (FEDIAF)

³ Centro de Pesquisa Royal Canin

⁴ Verlinden et al. Food allergy in dogs and cats: a review. Critical Reviews in Food Science and Nutrition 2006; 46: 259-273